Confira a cobertura do 6º Encontro das Licenciaturas do IFSULDEMINAS
6º Encontro das Licenciaturas do IFSULDEMINAS reúne comunidade acadêmica de forma on-line
Ocorreu, nos dias 23 e 24 de março, a sexta edição do Encontro das Licenciaturas do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS). Promovido pelas Pró-Reitorias de Ensino e de Extensão para discutir os novos desafios para a educação profissional e tecnológica, com foco nas diretrizes curriculares e nas políticas de avaliação, o Encontro foi realizado de forma on-line, com transmissão da TV IFSULDEMINAS (canal do Instituto no Youtube) e pelo Google Meet.
No primeiro dia do Encontro, no período da tarde, os participantes receberam as boas-vindas do reitor do IFSULDEMINAS, Marcelo Bregagnoli, que enfatizou a relevância de eventos como este para aquisição e compartilhamento de conhecimentos que enriquecem o debate sobre a Educação.
Formação Técnica e Profissional no Novo Ensino Médio
Na sequência, acompanharam a palestra da professora Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Conselho Nacional de Educação, que trouxe o tema “O ensino técnico integrado ao ensino médio no contexto das novas diretrizes curriculares da Educação Profissional e Tecnológica: do currículo às práticas pedagógicas”. Segundo a palestrante, a lei que instituiu o novo ensino médio, em 2017, alterou dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e introduziu duas grandes novidades: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que trabalha no estudante dez competências híbridas e os cinco itinerários formativos, que trazem a flexibilização do sistema. “Essas mudanças trazem um novo desafio para os professores, para os projetos político pedagógicos das escolas e para pensarmos o desenho curricular desse novo ensino médio”.
A professora ainda revelou que acredita ser a formação geral básica o grande desafio do ensino médio integrado ao técnico para os institutos federais. “O currículo terá uma parte comum obrigatória, uma parte diversificada e ao mesmo tempo deverá fazer a integração entre a parte comum e a parte diversificada, garantindo aos alunos o desenvolvimento dessas competências ao longo de todo o currículo, além de garantir ao aluno o estímulo ao seu protagonismo, ao seu projeto de vida, que num curso técnico integrado ao ensino médio é muito mais fácil de desenvolver e tornar atraente do que no ensino médio tradicional. Porém, como fazer com que a base obrigatória de formação geral esteja integrada ao ensino técnico e atenda os objetivos da lei?”. Ademais, Castro ressaltou a importância de entender que o ensino médio trabalha com juventudes, grupos altamente heterogêneos, todos nativos digitais, que devem ser acolhidos em suas especificidades.
Novas Diretrizes Curriculares
O ciclo de palestras foi retomado à noite com Marilza Machado Gomes Regattieri, diretora de Políticas e Regulação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), que trouxe o tema "As novas diretrizes curriculares da Educação Profissional e Tecnológica (EPT): desafios e possibilidades para os institutos federais".
A diretora apresentou alguns dos elementos e suas histórias, que culminaram no texto das diretrizes curriculares nacionais da EPT, homologadas no início de 2021, apontou pontos relevantes e as oportunidades que essas diretrizes trazem para a Rede Federal. “A diretriz, por ser única, traz para um único documento essa visibilidade de toda EPT, mas também quais são os princípios e finalidades dela como um todo, em seus diferentes níveis. E também referenciais comuns de organização e funcionamento. Neste sentido, nós temos aí uma potencialidade de explorar diferentes construções de itinerários de formação a partir desses princípios e orientações”.
Regattieri destacou também as oportunidades que os institutos federais têm no diálogo entre as diretrizes e a fonte de financiamento governamental, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), alterado por decreto em março deste ano. “O Fundeb dá à rede pública estadual a possibilidade de ampliar a parceria e o acesso dos seus jovens a instituições de formação profissional e técnica de nível médio e, ao mesmo tempo, abre outra linha de potencial de atuação e de apoio dos institutos federais na parte de formação de professores e gestores das redes estaduais, que vão precisar construir essa competência técnica interna nas suas redes”.
Avaliação da Educação EPT
O segundo dia do evento foi aberto com a palestra “Avaliação da educação profissional e tecnológica (EPT): um campo em construção”, com o pesquisador e coordenador-geral de Instrumentos e Medidas Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Gustavo Henrique Moraes.
O pesquisador explicou que no Brasil ainda não há uma avaliação específica para a EPT e que as discussões sobre o tema estão no início. Para criá-la, o INEP trabalha três dimensões: a epistemológica, sobre o conceito de EPT; a pesquisa empírica; e a coleta de experiências avaliativas consolidadas individualmente no sistema que oferta a EPT. “O que é avaliar? Avaliar é dar valor. E dar valor é valorizar. Então, se a gente fala que não vai avaliar a EPT significa que não damos valor, não valorizamos a EPT; e isso é um fato muitas vezes no país”, apontou Moraes, defendendo a construção de uma política de avaliação específica para a EPT.
PIBID e Residência Pedagógica
A programação continuou durante à noite e contou com atividades para os licenciandos do IFSULDEMINAS, participantes da Residência Pedagógica (RP) e do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Enquanto os residentes se dividiram em grupos temáticos e apresentaram os subprojetos desenvolvidos em 2020, os 'pibidianos' debateram a Educação em tempos pandêmicos e pós pandêmicos, como esclarecem as coordenadoras institucionais dos dois programas. "A noite de debates sobre a Educação em tempos pandêmicos e pós-pandêmicos foi um momento muito marcante para o PIBID e convidados, pois houve muita interação entre os participantes, muitas experiências e ideias foram compartilhadas e ao final ficou a sensação que momentos assim devem ser repetidos", afirmou Isabel Ribeiro do Valle Teixeira, coordenadora do PIBID no IFSULDEMINAS.
Sobre as atividades envolvendo os licenciandos da RP, Sueli Machado Pereira de Oliveira, coordenadora do programa no IFSULDEMINAS, resumiu a dinâmica do evento. "A socialização e a troca de experiências entre os 24 núcleos da Residência Pedagógica ocorreram em três salas virtuais, mediadas pelos docentes orientadores, nas quais foram distribuídas diferentes áreas das licenciaturas de diferentes campi do Instituto. Isso possibilitou que o público tivesse contato com atividades e experiências que não fazem parte do rol das que experimentaram no seu núcleo de atuação. Ou seja, puderam ver o que colegas de outros cursos estão realizando. Destacaram-se as possibilidades de conhecerem formas diferentes de ferramentas digitais, como exemplo o Podcast e as videoaulas na experiência do estágio, mostrando a interação dos alunos residentes com os alunos do ensino médio e fundamental e a utilização das mídias para atrair os alunos. Ocorreram também discussões a respeito dos desafios da educação remota e de como conseguir a atenção dos alunos neste momento pandêmico. Foi um momento em que puderam compreender sobre como os conteúdos curriculares podem ser ministrados e quais as dificuldades enfrentadas por todos, mas principalmente pelos residentes e preceptores no ensino remoto. Certamente, foi uma boa oportunidade de troca de experiências que contribuiu com uma formação mais sólida dos nossos licenciandos".
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