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Pesquisa aponta irrigação como diferencial para o cultivo de videiras no sul de Minas

Publicado: Segunda, 08 de Março de 2021, 10h58 | Última atualização em Segunda, 08 de Março de 2021, 15h59

PHOTO 2021 03 08 09 47 43 1A pesquisa realizada pelo Técnico em Agropecuária do IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho, Gentil Luiz Miguel Filho, demonstrou que o sul de Minas Gerais possui condições ideais para o cultivo de videiras com irrigação adequada e reposição de 100% do estresse hídrico sofrido pela planta.

Segundo Gentil, “o sul de minas é uma região cafeeira que precisa ter uma segunda cultura como fornecimento de renda. Nosso projeto mostra para os agricultores que a videira pode ser produzida na região como uma segunda renda, principalmente nos locais a onde que as plantas de café não podem ser implantadas, devido às geadas”.

A pesquisa teve como co-autores os agrônomos Douglas José Marques (professor da Universidade Federal de Uberlândia), Paulo Sergio de Souza (professor do IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho), Lucas Eduardo de Oliveira Aparecido (professor do IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho) e Luciano Dias Cabral Neto (mestre pela Universidade Federal de Uberlândia).

A pesquisa foi publicada no vol.42 da Revista Brasileira de Fruticultura: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-29452020000406001&tlng=en

A irrigação adequada como diferencial

Gentil destacou que a ideia de analisar a reposição de água das videiras veio de análises do histórico das condições climáticas dos últimos tempos por meio dos boletins climáticos do IFSULDEMINAS. Com esses dados, “foi possível observar alguns anos com baixa precipitação pluviométrica, o que prejudica as culturas e também as videiras. Nesse sentido, é de extrema importância analisar se a reposição de água na videira realmente vai proporcionar maiores produtividades e alta qualidade do suco ou vinho”.

Ainda segundo o Técnico em Agropecuária, “quando a planta está sofrendo um déficit hídrico severo ocorrem diversas questões que atrapalham o metabolismo das plantas. Por exemplo, há o fechamento dos estômatos e a redução das trocas gasosas com o ambiente. Além, da redução da evapotranspiração do cultivo. Tudo isso faz as plantas produzirem menos e com qualidade ruim. E nesse sentido, a irrigação entra para não deixar o déficit hídrico ocorrer e causar danos às videiras.

PHOTO 2021 03 08 09 47 43Resultados

As quatro cultivares de videira escolhidas pertencem à espécie Vitis labrusca L. (‘Isabel’, ‘Isabel Precoce’, ‘BRS-Cora’ e ‘BRS-Violeta’). Com o manejo da irrigação foi possível avaliar esses cultivares de videira submetidas a diferentes porcentagens de reposição de água no solo, nas condições da região sul de Minas Gerais.

Segundo dados do artigo "as cultivares aumentaram em 75 % o comprimento do cacho, 71 % a massa dos cachos, 39 % a produção de cachos de uva, 52 % o pH, 84 % o teor de sólidos solúveis e 60 % a redução do teor de acidez total, com 100 % da reposição de água. A cultivar Isabel precoce nas condições de déficit hídrico obteve os melhores resultados produtivos".

Metodologia

Para concluir essa análise, diariamente era calculada a perda de água que a cultura videira vinha sofrendo (estresse hídrico) por meio da estação meteorológica do IFSULDEMINAS. “Sabendo a quantidade de estresse hídrico que as plantas vinham sofrendo, nosso grupo de trabalho fazia a reposição da água que perdeu nas seguintes frações: 30; 50 e 100 % de reposição necessária de água. Por exemplo, se as plantas perderam 100 litros de água, nós fornecíamos 30 litros para o tratamento 1, 50 litros para o tratamento 2 e 100 litros de água para o tratamento 3. Assim, nós conseguimos verificar se as plantas conseguiam produzir com qualidade sofrendo com o déficit hídrico”, citou Gentil.

Próximos passos da análise

Gentil Luiz Miguel Filho é egresso do Campus Muzambinho (turma de 1993), Tecnólogo em Cafeicultura também pelo Campus, Pós graduado em sistema de produção na agropecuária (pela UNIFENAS) e servidor efetivo do IFSULDEMINAS desde 2004 como Técnico em Agropecuária, responsável pelo setor de Fruticultura.

Já com planos de entrar no doutorado, Gentil disse que pretende dar continuidade a esse estudo. Segundo ele, “a ideia agora é verificar quantos anos de longevidade a cultura da videira mantem produtividade sobre as condições de estresse hídrico”.

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